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Doação do Corpo Após a Morte para Fins Científicos

  • Thales de Menezes
  • 9 de mai.
  • 3 min de leitura


O Código Civil brasileiro, em seu Art. 14, estabelece a validade da disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para fins científicos ou altruísticos após a morte. Além disso, o parágrafo único assegura o direito de revogação a qualquer momento. Este artigo explica detalhadamente os requisitos legais, os procedimentos e as implicações dessa disposição.


O Que Diz o Art. 14 do Código Civil?

O dispositivo legal em questão determina:

"Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo."

Essa norma permite que pessoas, em vida, manifestem a vontade de doar seus corpos para pesquisas médicas, estudos anatômicos ou outras finalidades científicas. A lei também resguarda o direito de arrependimento, assegurando que a decisão possa ser revogada sem qualquer ônus.


Finalidades da Doação do Corpo

A lei menciona duas finalidades principais para a doação:

  1. Objetivo científico - O corpo pode ser utilizado em universidades, institutos de pesquisa e hospitais para estudos anatômicos, desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e avanços na medicina.

  2. Objetivo altruístico - A doação pode ser feita sem uma finalidade específica, mas com caráter humanitário, como no caso de contribuições para bancos de órgãos ou instituições filantrópicas.


Como Formalizar a Doação do Corpo?

A manifestação de vontade deve ser feita por escrito, preferencialmente em testamento público ou documento particular com firma reconhecida. Algumas instituições científicas possuem formulários próprios para esse fim. É importante registrar a decisão em cartório para evitar questionamentos posteriores.

Além disso, recomenda-se comunicar a família e os responsáveis legais, pois serão eles quem efetivarão a doação após o falecimento. Caso contrário, os parentes podem contestar a disposição, gerando conflitos judiciais.


Direito de Revogação

Conforme o parágrafo único do Art. 14, o doador pode revogar a disposição a qualquer momento, sem necessidade de justificativa. A revogação também deve ser formalizada por escrito, evitando dúvidas sobre a última vontade do indivíduo.

Se a pessoa manifestou sua vontade em testamento, basta alterar o documento. Se utilizou um termo de doação específico, deve emitir uma declaração de revogação e comunicar às instituições envolvidas.


Limitações e Restrições Legais

Apesar da liberdade concedida pelo Código Civil, existem algumas restrições:

  • Não há comercialização - A lei proíbe qualquer forma de venda ou remuneração pela doação do corpo. O ato deve ser estritamente gratuito.

  • Respeito à dignidade humana - Instituições que recebem corpos devem garantir tratamento digno, evitando exposição indevida ou uso não autorizado.

  • Necessidade de consentimento - Se o falecido não deixou documentação comprovando sua vontade, a família deve autorizar a doação.


Implicações para os Herdeiros

Os herdeiros não podem se opor à doação se ela foi formalizada em vida pelo falecido. Contudo, se houver dúvidas sobre a autenticidade do documento, o caso pode ser judicializado.

Em situações onde a família desconhece a disposição, pode haver conflitos, especialmente se houver questões religiosas ou culturais envolvidas. Por isso, a comunicação prévia é essencial.


Conclusão

O Art. 14 do Código Civil garante o direito de dispor do próprio corpo após a morte para fins científicos ou altruísticos, assegurando também a liberdade de revogação. Para evitar problemas, é fundamental formalizar a vontade por escrito e comunicar aos familiares.

Se você deseja fazer essa disposição, consulte um advogado especializado em direito civil para orientação jurídica personalizada.

 
 
 

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